sexta-feira, 19 de maio de 2017

Confissões de uma paixão besta, com um puhado de carinho

Deixa eu explicar um sisteminha aqui pra vocês, meia dúzia de caros leitores... Toda vez que eu colocar alguma coisinha em itálico antes dos textos, geralmente é um pseudo-comentário-aleatório, que pode ou não colaborar pra vida de vocês.

Tendo em vista o sucesso e os elogios do ultimo texto, tendo em vista o bajulador comentário de mamãe e superando o dilema entre “O primeiro foi bom demais, vou decepcioná-los” e “Puxa vida, que bom! Vou escrever mais”, eu escrevi uma coisinha que foge um pouco do estilo que vocês viram, mas eu achei igualmente interessante. Detalhe pras palavras “maldito” e “pseudo”: palavras pelas quais eu sinto um afeto imenso. Interessante mencionar que eu não sou comunista

Esse texto tem um proposital tom de auto-confissão, de piedade e de melancolia, e não reflete sobre nada muito valoroso. Tem um nível médio de digressões e coisa e tal, mas agora que eu confio em vocês, eu fiz esse com um punhado de carinho. Espero que as críticas sejam suportáveis.

Tem vezes que a gente se sente como quem foi morto ou partido ao meio...

...!

Peguei-me nesse deturpamento ridiculamente melancólico de um pedaço bom de um bom poema, tendo em vista as novidades e descobertas desse fim-de-semana fatídico, entre a noite do dia 27 e o dia 28 de setembro. O Sábado começara com uma qualidade memorável, com índices positivos e um gráfico crescente, que invejaria a bolsa de NY uns cinco anos atrás. Desde a manhã, até o comecinho da noite, tudo parecia amabilissimamente maravilhoso. Como de costume, à noite eu fui conversar com alguns amigos, disparei algumas palavras românticas e profundas, contei histórias de judeus, brinquei um pouco, ouvi algumas notícias e acabei fazendo uma lista de necessidades, que pode ser publicada aqui, de acordo com a vontade da contraparte dela.

Foi nesse mesmo dia maravilhoso que eu acabei caindo numa grande armadilha da vida. Como diziam alguns amigos, foi aí que eu Perdi. Pode ser que eu tenha esquecido de fazer o macete da vida infinita e da munição superpoderosa, mas o fato é que, quando dei por mim, havia um grande “Game Over” diante dos meus olhos. Repetindo pra endossar, eu Perdi. Perdi vergonhosamente, Perdi assustadoramente. Perdi tão feio que o cartucho fez “ploc!”, queimou dentro do console e os botõezinhos saltaram do controle.

Como todos vocês sabem, caros leitores, todo ser humano tem um paixãozinha intensazinha, doentiazinha, não? E a maioria delas é, confesso, um pouco platônica, mas a burrice da raça humana ainda não permite que a gente se toque disso, e pare de tentar concretizar esses sonhos malditos. E às vezes, tem alguma coisa entre você e a pessoa, quem sabe um romance infantil, ou só uma troca de elogios, danças e comentários felizes sobre bandas aleatórias, que pra gente significa já alguma grande coisa.

Pois bem. Justamente nessa inevitável noite, eu recebi aquela notícia que meu cérebro demorou a noite inteira para sintetizar. Finalmente, aconteceu provavelmente o que eu mais temia. A minha vila feliz com seus palácios e casinhas foi invadida por algum tipo de monstro, que fez pior do que destruir todo mundo: tirou dela toda a respiração e me deixou ileso, para que eu pudesse caminhar todo dia pelas suas alamedas sem vida, observando a expressão vazia dos corpos imóveis na rua e inspirando o ar sufocado de suas casas desertas, sem ninguém para com quem chorar meu lamento profundo. Vaguear sem rumo pelas suas ruelas tortuosas, ou correr sem olhar pra trás nas suas grandes avenidas: foi o que me sobrou, depois que eu descobri que meu amor (sim, eu reservei a mim esse direito e, com todo respeito, não me interessa se vocês acham isso certo ou não) tinha feito suas malas há tempos, deixando nada mais que memórias de fatos que não existiram, e momentos que não passam de pura invenção. Levou consigo um punhado de coisas que eu considerava importantes, e não deixou uma barrinha de chocolate pra eu me sentir artificialmente feliz por alguns momentos.

Resumindo, meu frágil coraçãozinho adolescente (“Ai, que bonitinho!”) tomou dois cruzados de direita. Um verdadeiro nocaute. E eu não sei se é por causa da minha irritante mania de pseudo-romantismo, mas foi extremamente dolorido, e as seqüelas podem ser permanentes. Provavelmente era isso que dizia a antiga praga chinesa: “Espero que tomes parte em momentos interessantes”. Pode ser que agora eu vá me tornar um mero objeto de estudo de especialistas castrados, ou quem sabe tocar minha vida daqui pra frente, tentando brincar de bola novamente nas praças da minha vilinha. Eu ainda não sei. O muro começou a cair pra segunda opção, mas a gravidade não vale nada, principalmente quando você é detestado por pessoas que entendem muito dela.

6 comentários:

Bruno Capelas disse...

Quando eu esperava algo ruim , como você disse , não. :D Zóide , zóide. Ouça o velho conselho de mestre Fausto , e no mais , nos atenhamos à nossa lista de necessidades , que o resto vira por si só. Como diria Sabino: "No fim , tudo dá certo. Se não deu , é porque ainda não acabou" (Vivência , in O Tabuleiro de Damas).

Obladi , oblada
How the life goes on!

Anônimo disse...

Zóide, você é o cara!Você realmente conseguiu exprimir um texto de maneira extremamene humana, e que, quando quase me fez chorar, me supreendeu com uma comparação aleatória para que eu conseguisse continuar a lê-lo.Espero que, assim como esse texto achou um meio de não levar ao choro, sua vida te surpreenda e traga algo belo, que é o que você merece.Parabéns Zóide pelo texto.Abração!

Guilherme disse...

eita que foda... acontece :/ é foda mesmo botta mas vc supera ;)

Anônimo disse...

Desculpa, mas qnto mais eu demorasse pra contar poderia ser pior!!!
E eu tava num dilema pior que o seu desde o Baile de Inverno, acredite! Não sabia se era a hora de falar ou se dexava pra ver o q acontecia...
Mas ver vc ficando preocupado com o assunto... não deu...
Preferi agora, antes que vc visse sem querer um belo dia vindo tocar a campainha ou algo do gênero, acho que seria pior, concorda?
Você supera! Quantos amores platônicos eu ja não vivi!
Vai jogar video game, ouvir música, distrair a cabeça. ^^
(ou faça uma coisa q eu faço qndo fico mto mal: vomito! Sério, melhora! [tb nunca entendi, mas semrpe q levo uma dessas na cara eu acabo vomitando a noite, aih melhoro]tipo por a mágoa pra fora)

Desculpa ter sido a menssageira dos hades, mas pode contar comigo se precisar d algo tá ^^v

=*******************

Manuela Malachias disse...

Ai Gui... Você escreve o que você é mesmo...
Não há como não ler seus textos e reconhecer o "zóide" nosso de cada dia...
pARABÉNS...
Keep up the good work...

Anônimo disse...

Zóóóóóóóóóóide!
Não sabia que você escrevia!
Enfim... Gostei do texto e do estilo. Continue escrevendo!
Beeijos

ps: o Renzo escreveu essa frase que o Nöa comentou no "cantinho da auto-ajuda" uma vez! heheheheheh