sexta-feira, 19 de maio de 2017

Mea Culpa

Carece de explicações? Um monte.
Vou acabar tirando isso daqui.
Mas a curto prazo, o efeito é bom.

Confesso que errei, e por isso eu peço perdão.
Confesso que demorei pra perceber, e por isso também peço perdão
Confesso que pensei por alguns instantes
Que era a coisa certa a fazer
E acabei por fazer por muito tempo a coisa errada
E por isso, peço perdão.

Confesso que deixei por muito tempo
Meus amigos e amigas, íntimos e íntimas
Chateados, disparando palavras de consolo e sofrendo a minha dor
Uma dor que deveras não sofria
Mas que pensava sofrer, e sofria
Por não poder pensar na dor
E por isso, peço perdão.

Confesso, também, que muitas vezes
Em troca de tentar ser feliz de novo,
Ou de tentar sentir um frio na barriga novamente,
Eu me deixei levar por uma lembrança infantil
Ridícula e estúpida, e até para os meus queridos, confusa,
Que me amargava a memória
E me fazia triste em doses homeopáticas
Ao mesmo tempo que a eles também consumia
Com o ardor negro
Que me amarga mais no presente pensar no passado
Que no passado pensar nos anos detrás
E principalmente por isso é que eu peço perdão

Porque há arrependimentos na vida que tentamos esconder, omitir
Ou às vezes encobrir num manto de mentiras mal-articuladas,
Só pra perceber, uma hora ou outra,
Que estamos sendo novamente infantis,
Ridículos,
Inconscientes,
Amargos,
E percebemos que é a hora certa de pedir perdão.

E talvez eu tenha hoje me livrado dessa reminiscência;
Dessa tentativa de tentar provar pra mim mesmo, dia após dia,
Que não existe outra chance pras crianças tolas de coração,
Ou fracas de alma,
Ou pobres de espírito,
Ou tão pequenas a ponto de ter que extravasar sua desonra
Humilhantemente por cima de outros seus,
Para que possam dar a volta por cima.
E é justamente por ter sido tão bestial por mais de um ano a fio
Que eu estou tentando pedir perdão hoje.


Porque, além de extremamente melancólico,
É às vezes necessário um texto desses.


Para que exista um retorno àqueles que acabam por trazer um retorno
Àqueles que tentaram ajudar e conseguiram,
Esse é meu ato de contrição,
Estou livre dessa praga. 

3 comentários:

Bina disse...

Eu pensei em muitas coisas pra escrever, mas prefiro um PARABÈNS!!!, epero que tudo corra bem a partir de agora.Além disso, tenho a acrescentar que é sempre bom pedir desculpas, mesmo que algumas pessoas (como a que vos fala) não tenham coragem (nem capacidade) de se expressar.
Abraço seu zóide,
Say "goodbye yellow brick road"

Bina disse...

esqueça o outro comentario....
tava relendo: foda, acho que nada diz mais do que um FODA!!

Rocio disse...

Espero que estas árvores não nunca vai acabar como poemas, espero que você possa ler este tipo de coisa na internet o tempo todo como eu sento esperando minha comida em restaurantes em santana